Os ingredientes responsáveis pela cor das tintas capilares são muito diversificados e dependem do tipo de produto utilizado.
A identificação de um corante capilar num produto cosmético deve seguir a nomenclatura Colour Index (CI). Essa identificação é baseada no nome genérico atribuído ao corante, seguido de um número de registo (ex.: Acid Black 1/CI 20470). A legislação europeia determina quais são os corantes autorizados em produtos cosméticos, sendo que alguns são de utilização restrita nas tintas capilares. A utilização de corantes capilares noutros produtos cosméticos, como em produtos para aplicação em pestanas, encontra-se sujeita a outras limitações, dado que o nível de risco é diferente em função do local de aplicação.
Os vários tipos de coloração capilar recorrem a ingredientes que incluem corantes, mas também precursores, acopladores, bases alcalinas e agentes oxidantes. Todos esses ingredientes reagem entre si para originar o tom final pretendido. Podem distinguir-se várias tintas:
- tintas temporárias: recorrem a moléculas com caraterísticas aniónicas (ex.: Acid Yellow 23/CI 19140; Acid Violet 43/CI 60730), que aderem à superfície da haste capilar. A coloração final resulta da combinação das moléculas utilizadas e da sua sobreposição com a coloração natural do cabelo.
- tintas progressivas: recorrem a sais de metais (ex.: chumbo, bismuto, prata, cobre, ferro), que oxidam e se depositam sobre a haste capilar. Aí reagem com a queratina, gerando uma mistura de óxidos metálicos e sulfuretos responsáveis pela coloração gradual do cabelo.
- tintas semi-permanentes: recorrem a formulações com elevado pH, o que possibilita o levantamento da cutícula do cabelo, permitindo a entrada de um grupo de moléculas com baixa massa molecular (ex.: HC Red NO. 3; 4-hydroxypropylamino-3-nitrophenol; Basic Blue 99/CI 56059) resultando na permanência temporária dos corantes no interior do córtex da haste capilar.
- tintas permanentes e demi-permanentes: recorrem a um composto precursor (aminas aromáticas com um grupo amina ou hidroxilo em posição orto ou para) que, após atingir o córtex da haste capilar, em meio oxidante alcalino, é oxidado, formando-se um intermediário que reage com um composto acoplador (m-diaminas, m-aminofenóis ou m-polifenóis). Depois, origina-se um corante de elevada massa molecular que fica retido no interior do córtex da haste capilar, conferindo-lhe cor. Geralmente, utilizam-se etanolaminas e hidróxido de amónia como agentes alcalinizantes e peróxido de hidrogénio como agente oxidante. Na coloração permanente, é possível modificar a cor original do cabelo, pois a oxidação da melanina é mais eficiente. Na coloração demi-permanente, o agente alcalinizante normalmente utilizado é mais suave (ex.: monoetanolamina).
- Os ingredientes responsáveis pela cor das tintas capilares incluem corantes, bases alcalinas, agentes oxidantes, percursores e acopladores que reagem entre si para originar o tom final. - É obrigatório que os corantes capilares presentes num produto cosmético sejam identificados na rotulagem segundo a nomenclatura Colour Index (CI).