Os produtos capilares têm Fator de Proteção Solar?

Os produtos capilares não têm Fator de Proteção Solar (FPS). O FPS representa a dose de radiação UVB necessária para provocar eritema na pele protegida por um produto fotoprotetor, em comparação com a pele não protegida. Alguns produtos capilares são capazes de proteger a haste capilar dos efeitos agressivos da radiação solar, mas esta proteção não se expressa numericamente como FPS. O cabelo não exibe eritema, pelo que será impraticável a avaliação do FPS de um produto capilar de acordo com as metodologias oficiais estabelecidas para os protetores solares.  

A proteção solar nos cuidados capilares tem como propósito preservar a integridade e características da fibra capilar, uma vez que a exposição solar a poderá fragilizar ao provocar: 

- perda de densidade, resistência e elasticidade;
- desidratação, com redução do filme hidrolipídico;
- adelgaçamento;
- alteração da coloração natural ou artificial.  

Assim, existem produtos cosméticos fotoprotetores capazes de revestir e proteger a haste capilar, que incluem ingredientes como:

- filtros orgânicos (benzofenonas, octildimetil p-dimetilaminobenzoato, salicilato de etilhexilo);
- compostos quaternários (cloreto de cinamidopropiltrimónio, tosilato de dimetilpabamidopropil laurdimónio, entre outros);
- silicones (trimetilsiloxissilicato e propil-fenil silsesquioxano);
- antioxidantes (polifenóis, extratos de alcachofra (Cynara scolymus L.), de arroz (Oryza sativa L.), de romã (Punica granatum L.) ou de madressilva (Lonicera japonica Thunb)).

Não existe nenhuma norma oficial relativa a parâmetros de avaliação do FPS ao nível da haste capilar e a sua representação numérica não é referenciada na rotulagem dos produtos. Apesar disso, alguns autores têm vindo a propor metodologias que procuram uniformizar as condições e variáveis experimentais em que os produtos destinados à fotoproteção capilar são testados (dose e tipo de radiação, temperatura e humidade relativa), bem como os parâmetros avaliados (alteração da resistência à rutura da fibra capilar, preservação da cor, dano sobre a melanina ou queratina).

- A eficácia de um protetor solar para a pele ou para o cabelo não pode ser avaliada da mesma forma, uma vez que têm propriedades muito diferentes.

- Alguns produtos cosméticos incluem ingredientes capazes de revestir e proteger a haste capilar, minimizando os danos resultantes da exposição solar.

 

Os cosméticos orgânicos são mais seguros?

Nem todos os cosméticos que contêm ingredientes naturais podem ser classificados como orgânicos. No sentido de garantir ao consumidor a aquisição de um produto que corresponda às suas expectativas, surgiram entidades de certificação privadas e legalmente reconhecidas que, através da marcação de um logotipo na rotulagem, demonstram que foi feita a avaliação dos parâmetros necessários para que determinado produto seja, ou não, identificado como cosmético orgânico. A nível europeu, é seguida a norma harmonizada designada COSMOS-Standard. Os critérios definidos pela COSMOS-Standard sugerem que no mínimo 20% do conteúdo total de um cosmético orgânico deverá ter origem em agricultura biológica. No entanto, existem exceções como são exemplo os produtos de enxaguamento em que esta percentagem diminui para 10%. Além dos cosméticos orgânicos, podem ser encontrados no mercado cosméticos classificados como naturais. Para estes não se encontra definida nenhuma percentagem mínima quanto ao seu conteúdo em ingredientes de origem em agricultura biológica.
Um cosmético classificado como orgânico não é necessariamente mais seguro face a um cosmético convencional. A segurança destes cosméticos é assegurada pela mesma regulamentação aplicada aos cosméticos convencionais, estando sujeitos à cosmetovigilância operacionalizada pela autoridade competente em Portugal – o INFARMED.
Em geral, o processo envolvido na produção, embalagem e comercialização de cosméticos orgânicos deve assentar em práticas de desenvolvimento sustentável e promover a utilização de ingredientes naturais e materiais ecológicos. Esta classe de cosméticos possui restrições acrescidas ao nível dos ingredientes permitidos na sua composição, invalidando a intervenção de processos de modificação genética, ação de radiações ionizantes e, à semelhança do que acontece para todos os ingredientes cosméticos, a proibição de testes em animais.

- Os cosméticos orgânicos apresentam elevado teor em ingredientes de origem natural, contudo qualquer ingrediente ou produto poderá causar efeitos indesejáveis, independentemente de ser de origem natural ou sintética.

- A segurança e circulação de cosméticos orgânicos no mercado é controlada da mesma forma que os cosméticos convencionais.

Quais são as diferenças entre um batom mate e um batom brilhante?

Os batons são produtos cosméticos que conferem cor aos lábios, além de poderem proporcionar hidratação e brilho. São constituídos por uma base, que confere dureza, na qual são incorporados corantes e/ou pigmentos com fins decorativos.
Esta base é maioritariamente constituída por ingredientes lipófilos, sendo tipicamente utilizadas as ceras. Na formulação de um batom, são também incluídos óleos emolientes que permitem uma aplicação confortável, transmitem um aspeto brilhante ao filme depositado e ajudam a dispersar uniformemente os corantes e/ou pigmentos utilizados. É a proporção destes ingredientes, para além da introdução de outros, que determina que um batom seja classificado como mate ou brilhante.
A fórmula de um batom mate, comparativamente com a de um brilhante, contém maior proporção de ceras e pigmentos/corantes e menor quantidade de óleos. Em consequência, o batom é opaco e intensamente colorido, apresenta menor efeito hidratante e a cor transmitida aos lábios tem maior durabilidade.
Contrariamente, numa fórmula de batom brilhante são incorporados óleos emolientes em proporções mais elevadas e menor quantidade de corantes/pigmentos, pelo que transmite uma cor menos intensa. Normalmente a cor tem menor durabilidade, mas permitem uma aplicação mais fácil e maior brilho. Podem também ser incluídos pós que intensificam o brilho nestes batons, como é o caso da mica.

Um batom é uma forma sólida constituída maioritariamente por ingredientes lipófilos 

A proporção de ceras (constituintes que conferem dureza), óleos emolientes e corantes ou pigmentos, determina o tipo de batom e a sua finalidade decorativa.

Um batom mate possui elevada quantidade de ceras e corantes/pigmentos comparativamente aos óleos emolientes, e desta forma, são opacos, com maior durabilidade, e com uma textura seca.

Um batom brilhante possui maior concentração de óleos emolientes, apresenta menor intensidade de cor, menor durabilidade e uma textura mais suave.

Quais os principais alergénios contidos nos produtos cosméticos?

Os produtos cosméticos podem, ocasionalmente, ser responsáveis por efeitos indesejáveis tais como a dermatite de contacto alérgica, que ocorre quando um individuo é sensibilizado por determinado alergénio e desenvolve uma resposta imunológica tardia, após novo contacto com o mesmo. Um alergénio é qualquer substância suscetível de desencadear uma resposta alérgica num indivíduo.
A avaliação da segurança de um produto cosmético envolve a avaliação do potencial alergénico dos seus ingredientes. Como tal, os alergénios mais prováveis de afetar uma parte significativa da população estão sujeitos a restrições, tais como proibição ou limitação da concentração utilizada.
Os principais alergénios em produtos cosméticos são as fragrâncias (ex. Benzyl alcohol; Limonene) e os conservantes. As fragrâncias com elevado potencial alergénico estão previstas no anexo III da Legislação Europeia, e a sua inclusão nos produtos cosméticos acima de determinada concentração deve ser acompanhada da sua menção individual na lista de ingredientes. Mais recentemente, o conservante metilisotiazolinona teve um papel de destaque como alergénio. Esta substância consta no anexo V da legislação, podendo ser utilizada em produtos cosméticos desde que não exceda a concentração máxima permitida. Além disso, é recomendada a sua ausência de produtos cosméticos não destinados a serem removidos da pele. Outros conservantes com potencial alergénico incluem os parabenos.
Em tintas capilares, os alergénios mais comuns são os corantes, nomeadamente a p-fenilenodiamina e derivados. Estas substâncias constam no anexo III da legislação, sendo a sua utilização permitida mas sujeita a restrições. Os persulfatos são alergénios também presentes nesta classe de produtos.
Os sulfitos e bissulfitos, ingredientes com ação antioxidante, demonstraram ser alergénios relevantes e o anexo III da legislação define a concentração máxima destes, permitida em produtos capilares e autobronzeadores.
Os produtos cosméticos são desenvolvidos de forma a minimizar o risco de reação alérgica, sendo que os alergénios mais frequentes, embora permitidos pela Legislação Europeia, estão sujeitos a restrições. No entanto, o risco de desenvolver reação alérgica e a severidade desta depende da suscetibilidade individual.

- Os alergénios mais comuns em produtos cosméticos incluem fragrâncias, conservantes, corantes capilares e antioxidantes
- Estes ingredientes são permitidos pela Legislação Europeia, embora sujeitos a restrições, de modo a minimizar o risco de reação alérgica

Qual a composição de um autobronzeador?

O termo “autobronzeador” refere-se a produtos que são aplicados na pele para produzirem um efeito bronzeado, sem exposição solar. Estas formulações foram ganhando popularidade à medida que a população foi ficando mais alerta para os perigos da exposição à radiação solar, sem deixar de desejar um tom bronzeado na pele. O aparecimento deste tom na pele pode ocorrer logo após a aplicação do produto ou pode surgir apenas após algumas horas, podendo o bronzeado durar vários dias. Os autobronzeadores existem sob a forma de loção, creme, gel, toalhitas, entre outras.

 

Atualmente, o principal agente bronzeador utilizado nestes produtos é a dihidroxiacetona (Dihydroxyacetone - DHA), quimicamente classificado como um açúcar, utilizado normalmente em concentrações entre os 4% e os 8%. Este ingrediente  reage com os aminoácidos presentes na pele produzindo um pigmento que confere o tom bronzeado. No entanto, alguns produtos contêm, como agente bronzeador, a eritrulose, um açúcar redutor que produz um tom  bronzeado mais lentamente do que a DHA. Muitas vezes estes dois ingredientes são utilizados em conjunto, de forma a obter um efeito mais duradouro. Para além destes ingredientes, os autobronzeadores contêm ainda: água; emolientes e humectantes, para manter a pele hidratada (tais como o dimeticone, a vaselina, o sorbitol e a glicerina); antioxidantes como o tocoferol (vitamina E) que protegem a pele dos radicais livres e protegem o próprio produto da oxidação; agentes emulsivos; corretores do pH; conservantes; perfume e corantes para melhorar as propriedades cosméticas do produto . Consoante se trate de uma loção, creme, gel ou toalhitas, os ingredientes  poderão variar, por exemplo um gel poderá conter um agente gelificante, para lhe conferir a consistência adequada.

O efeito do autobronzeador desaparece à medida que as camadas mais superficiais da pele descamam, o que acontece naturalmente ou por esfoliação intencional da pele.

- Os autobronzeadores têm na sua composição um agente bronzeador, sendo o mais comum a DHA. Podem conter também  ingredientes  emolientes e humectantes, agentes emulsivos e componentes que melhoram as propriedades cosméticas do produto como perfume ou corantes.

Os batons podem ser perigosos para a saúde humana?

Os batons são produtos cosméticos de cuidados labiais e, como tal, sujeitos à legislação relativa aos produtos cosméticos.

Recentemente, tem havido uma preocupação acerca do potencial perigo que alguns batons disponíveis no mercado representam para a saúde humana, devido à presença de ingredientes derivados dos óleos minerais. Em causa estão os hidrocarbonetos saturados (MOSH – Mineral Oil Saturated Hydrocarbons), os hidrocarbonetos aromáticos (MOAH – Mineral Oil Aromatic Hydrocarbons), e os hidrocarbonetos saturados sintéticos (POSH – Polyolefinic Oligomeric Saturated Hydrocarbons).

A presença destes compostos nos produtos labiais tem sido demonstrada em vários países europeus e os valores detetados são considerados preocupantes para a saúde humana, supondo que a ingestão dos produtos labiais seja uma fonte de exposição significativa. Relativamente à exposição cutânea, a evidência científica  atual fundamenta que esta não constitui um risco para a saúde humana, dado que a absorção dos compostos derivados de óleos minerais presentes  em produtos cosméticos através da pele é desprezável , não atingindo a circulação sanguínea.

De acordo com a presente legislação, os ingredientes derivados de óleos minerais não podem ser incluídos em produtos cosméticos, exceto se forem conhecidos todos os antecedentes de refinação e se se puder provar que o material a partir da qual foram produzidos não é carcinogénico. Mais ainda, alguns destes compostos são proibidos se contiverem mais de 3% de MOAH policíclicos com anéis de 3 a 7 (3-7 PAC), o que se relaciona com a sua carcinogenicidade.

Outros ingredientes derivados dos óleos minerais e os POSH, não mencionados no anexo II da Legislação Europeia, são permitidos em produtos cosméticos e foram considerados seguros pela organização Cosmetic Ingredient Review. A avaliação da segurança de produtos labiais tem em conta não só as condições de utilização normais ou razoavelmente previsíveis, mas também a sua ingestão inadvertida.

Em suma, os batons são formulados de modo a garantir a segurança da sua utilização para o consumidor e a inclusão de ingredientes derivados de óleos minerais na sua composição é permitida, embora sujeita a restrições pela Legislação Europeia, e considerada segura de acordo com a evidência científica e o longo historial da sua utilização em produtos cosméticos disponíveis no mercado.

- Os hidrocarbonetos designados MOSH, MOAH e POSH derivados dos óleos minerais foram detetados em alguns batons disponíveis no mercado, o que suscitou alguma preocupação com a utilização destes produtos

- Contudo, os óleos minerais para poderem ser utilizados em produtos cosméticos, incluindo em produtos labiais, devem ser seguros, altamente refinados e não apresentarem potencial carcinogénico

Os nanomateriais são seguros para utilização em produtos cosméticos?

legislação europeia preconiza a segurança para a saúde humana de qualquer produto cosmético, incluindo os que contêm nanomateriais. Estes deverão ser identificados com o sufixo (nano) na lista de ingredientes descrita na embalagem dos produtos cosméticos.

Além dos requisitos transversais a todos os produtos cosméticos, a avaliação da segurança dos nanomateriais envolve considerações especiais atendendo a  caraterísticas, interações e efeitos potencialmente distintos dos apresentados pelos mesmos materiais nas suas dimensões convencionais. A Pessoa Responsável por determinado produto cosmético que contém nanomateriais deverá comunicar à Comissão Europeia todas as informações sobre as propriedades físicas e químicas dos mesmos, assim como os dados relativos à sua segurança, através do Portal de Notificação de Produtos Cosméticos, seis meses antes da sua colocação no mercado.

Atualmente, existem apenas alguns ingredientes cuja utilização sob a forma de nanomateriais se encontra autorizada em produtos cosméticos, tais como filtros ultravioleta (dióxido de titânio, óxido de zinco,tris-biphenyl triazine(ETH-50), methylene bis-benzotriazolyl tetramethylbutylphenol (MBBT)) e corantes (negro de carbono).

De acordo com o Comité Científico da Segurança dos Consumidores (CCSC), existem potenciais riscos teóricos associados à aplicação de nanomateriais em produtos cosméticos. Estes relacionam-se com a sua possível absorção através da pele, trato respiratório, mucosas ou barreira gastrointestinal. Atendendo à sua possível toxicidade pulmonar pela inalação e acumulação no organismo, a utilização destes ingredientes em produtos formulados sob a forma de aerossol/spray deve ser criteriosamente ponderada.

O conhecimento existente quanto à segurança dos nanomateriais presentes em produtos cosméticos é constantemente atualizado segundo os dados científicos disponíveis. Atendendo ao contínuo progresso científico, associado à revisão periódica da segurança de ingredientes cosméticos, as entidades europeias responsáveis propõem, sempre que necessário, atualizações à legislação em vigor.

- A avaliação da segurança dos ingredientes incorporados sob a forma de nanomateriais envolve considerações especiais dado que as suas caraterísticas poderão ser distintas das apresentadas pelos mesmos materiais nas suas dimensões convencionais.

- O conhecimento existente face à segurança dos nanomateriais continuará a ser atualizado de acordo com a contínua evolução científica e, quando necessário, transposto para a legislação europeia.

Qual a função dos alfahidroxiácidos em produtos cosméticos?

Os alfahidroxiácidos ou ‘AHA’ correspondem a uma classe de compostos ácidos assim denominados por apresentarem um grupo hidroxilo (-OH) no segundo carbono (carbonoalfa) da sua cadeia molecular. São exemplos: o ácido lático; o ácido glicólico; o ácido cítrico; o ácido málico e o ácido tartárico. Estes poderão ser encontrados na natureza ou sintetizados quimicamente.

Estes compostos apresentam inúmeras ações biológicas. Dada a sua capacidade de uniformização, renovação da pele, hidratação e regulação da produção de melanina são frequentemente utilizados em preparações para o rejuvenescimento cutâneo, antirrugas, esfoliação e atenuação de manchas hiperpigmentadas.  Tratando-se de compostos ácidos são utilizados para ajustar o pH dos produtos cosméticos, favorecendo a compatibilidade com o pH da pele. Estes ingredientes podem ainda figurar na composição de produtos de higiene íntima para reequilibrar o pH da pele e das mucosas. Produtos cosméticos com ação anticaspa, antiacne e anti-calosidades contêm frequentemente AHA ou compostos estruturalmente semelhantes.

A concentração, o pH e o tempo de exposição aos produtosque os contêm influenciam a função dos AHA. O comité Cosmetic Ingredient Review recomenda a utilização dos AHA em produtos cosméticos em concentrações até 10% em formulações com pH ≥ 3,5. Formulações contendo concentrações  mais elevadas de AHA (AHA 30% , pH ≥ 3),  deverão ser aplicadas em contexto profissional, por exemplo, em peelingsdermatológicos. Contudo, a legislação europeia não define nenhum valor para as concentrações máximas em que estes ingredientes poderão ser encontrados em produtos cosméticos.

Além dos AHA, existem outros hidroxiácidos como os betahidroxiácidos (BHA) (ex: ácido salicílico) e os polihidroxiácidos (PHA) (ex:gluconolactona; ácido lactobiónico) amplamente utilizados em produtos cosméticos.

- Os alfahidroxiácidos apresentam capacidade para esfoliar, uniformizar e renovar a pele. São também frequentemente utilizados para ajustar o pH dos produtos cosméticos.

- Dependendo da concentração, do pH e do tempo de exposição aos produtosque os contêm, os AHA poderão desempenhar diferentes funções.

 

As tintas capilares sem amoníaco são mais seguras?

Nas formulações para coloração capilar permanente é frequente a utilização do amoníaco que proporciona o meio alcalino ideal ao levantamento da cutícula externa da haste, possibilitando a entrada dos corantes até ao córtex da fibra capilar.

Contudo, este ingrediente é associado ao seu odor caraterístico e ao potencial para irritar o trato respiratório, pele e olhos. As preparações que o contêm devem ser utilizadas com precaução. No entanto, não existem evidências que relacionem o uso do amoníaco com efeitos adversos graves sobre a saúde humana em consequência da exposição a baixos níveis deste ingrediente.

A principal diferença entre uma tinta capilar demi-permanente face a uma tinta permanente é o agente alcalino utilizado, sendo que na primeira são utilizadas alternativas ao amoníaco como o aminometilpropanol (AMP), as etanolaminas e carbonato de sódio, sendo a monoetanolamina (MEA) a opção mais frequente. Assim, as tintas capilares demi-permanentes apresentam durabilidade inferior e menor poder para modificar a cor original da haste capilar, sendo adequadas para escurecer o cabelo ou manter uma cor semelhante à inicial.

Tanto o amoníaco como a MEA apresentam potencial para alterar as propriedades da haste capilar e esta última, apesar do seu odor mais discreto, não evapora rapidamente como o amoníaco, pelo que os seus resíduos poderão permanecer sobre o couro cabeludo e cabelo após o procedimento de coloração. Desta forma, a MEA poderá conduzir a irritação cutânea e dano sobre a haste capilar com alteração da qualidade da cutícula e perda de proteínas estruturais.

De acordo com a legislação em vigor, tintas capilares com concentrações de amoníaco superiores a 2% deverão conter a seguinte menção na embalagem: “contém amoníaco”, sendo que este poderá ser incluído nestes produtos em concentrações até 6%. Segundo o comité de especialistas da Cosmetic Ingredient Review, o amoníaco ou o hidróxido de amoníaco são seguros para utilização em procedimentos de coloração capilar desde que utilizados de acordo com as recomendações em vigor.

- As tintas capilares sem amoníaco não são necessariamente mais seguras.

- A segurança de uma tinta capilar relaciona-se com a concentração em que cada ingrediente se encontra e com as caraterísticas da formulação final.

- O amoníaco ou o hidróxido de amónio são seguros para procedimentos de coloração capilar desde que utilizados de acordo com as recomendações em vigor.

Qual a diferença entre um champô e um gel de banho?

Champô e gel de banho são dois produtos cosméticos de higiene, de constituição bastante semelhante: água, tensioativos, condicionadores, espessantes, estabilizadores de espuma, conservantes e outros aditivos. No entanto, entre eles existem várias diferenças. 

Em primeiro lugar, têm diferentes objetivos: enquanto o champô pretende lavar o cabelo e o couro cabeludo, o gel de banho tem como principal função a higiene corporal. Isto traduz-se em diferenças na sua composição, para dar resposta às diferentes exigências dos seus locais de aplicação. Relativamente aos tensioativos, a sua natureza pode ser a mesma (aniónicos e anfotéricos) em ambas as categorias, mas os geles de banho apresentam normalmente menor poder detergente. Por outro lado, enquanto o pH de um champô se situa entre 4 e 6, o pH de um gel de banho normalmente fica entre 5 e 6,5, uma vez que o ambiente capilar tem um pH mais ácido do que a pele. A principal diferença entre os dois produtos reside no condicionador. Os geles de banho contêm condicionadores corporais com função de reposição do manto hidrolipídico, enquanto que os champôs têm na sua composição  ingredientes com funções anti frisante, amaciador, facilitador do penteado entre outras mais específicas. Assim sendo, são inúmeras  as diferenças entre gel de banho e champô, que visam uma melhor adequação ao seu respetivo local de aplicação.

- Embora partilhem algumas semelhanças, champô e gel de banho têm muitas diferenças na sua composição, que se devem principalmente às diferenças nos seus locais de aplicação;

- As suas principais diferenças são: os tensioativos que contêm, o seu valor de pH e os aditivos.